Sirene














Sempre, mas sempre que os meus ouvidos recebem a sirene dos Bombeiros, o meu cérebro acelera.
Quer de dia, mas principalmente de noite; sempre que aquela malfadada buzina dispara, acerta sempre nos meus pensamentos mais sombrios.
Basta o 1º uivo para despertar o lado mais negro da minha força.
Na penumbra da madrugada visualizo duvidosos becos escuros furados apenas por enormes holofotes brancos procurando desesperadamente algo invisível.
No ar abate-se aquele profundo som típico das sirenes de campo de concentração.
Sim, é sempre essa imagem que me vem à cabeça.
Aquele som traz consigo uma constante visão angustiante de desgraça.

No entanto vivemos na Era da Tecnologia.
Um simples botão pode enviar um aviso para o devido destinatário:
Um SMS, um E-mail, um sinal de GPS; qualquer coisa mesmo.
Mas neste Século XXI ainda se usa a velha sirene mórbida e ensurdecedora…

Acho que o intuito é o mesmo desde á séculos:
Incutir na população o sentimento mais terrível e desagradável – O Medo.
O Medo da tragédia e da induvidável Morte.
Sim, é a Morte anunciada uma pacata população que, algures no tempo, será a sua vez…

Como Ela foge Dele


O Rato foge do Gato,
Como Ela foge Dele.
O Rato corre pela sua vida;
Com medo de ser comido, de perder algo; ele.
O Gato vai no seu encalço;
Persegue o seu manjar com todas suas forças.

A vida é assim; é a realidade, é natural.

Mas na realidade, a realidade é outra.

O Gato segue o seu compincha pois é seu amigo.
O Rato vai á frente e encaminham-se para mais uma traquinice.
Ambos brincam neste jogo quase perigoso.
Mas quando param riem-se;
Pois sabem que não param,
Amanha há outro episódio.

É que nos intervalos ambos são mesmo amigos.
Pensam um no outro e preocupam-se.

E no fim da série, ficaram juntos...
...Para sempre...

Malta Jovem


Peter, Bjorn & John - Young Folks
(Tradução e adaptação)

Malta Jovem

Se eu te dissesse tudo que eu fiz
Te dissesse como eu costumo ser
Será que gostarias de mim?
Se conhecesse minha vida ponto por ponto
Tivesse toda a minha história
Será que mesmo assim gostarias de mim?

Eu também errei e tive os meus desaires
Não me levaram a lugar nenhum
Claro que gostaria de ti.
Não importa o que sofreste.
Quem eram as más companhias
Podemos ficar juntos e deixar rolar a noite...

É que não nos importamos com a essa malta jovem
Que só falam à sua maneira jovem
Não nos importamos com o esse pessoal velho
Que também só falam sobre o velho estilo 
Não nos importamos com nossos próprios erros
Falamos sobre nosso próprio estilo
Tudo o que nos importa é conversar
Conversar só eu e tu.

Geralmente, as coisas chegam a um ponto
Em que as pessoas costumavam desaparecer
Já ninguém irá me surpreende a não ser tu.

Mas algo se passa connosco
As horas contigo parecem desaparecer
Todos partem, mas eu estou sempre contigo.

Não importa o que a gente faça
Onde nós iremos também
Podemos ficar juntos e deixar rolar a noite...

É que não nos importamos com a essa malta jovem
Que só falam à sua maneira jovem
Não nos importamos com o esse pessoal velho
Que também só falam sobre o velho estilo
Não nos importamos com nossos próprios erros
Falamos sobre nosso próprio estilo
Tudo o que nos importa é conversar
Conversar só eu e tu.

É que não nos importamos com a essa maltajovem
Que só falam à sua maneira jovem
Não nos importamos com o esse pessoal velho
Que também só falam sobre o velho estilo
Não nos importamos com nossos próprios erros
Falamos sobre nosso próprio estilo
Tudo o que nos importa é conversar
Conversar só eu e tu.
Conversar só eu e tu.

Conversar só eu e tu.
Conversar só eu e tu.

Tudo bem


"- Tá tudo bem?"
"- Tá tudo bem."
E está mesmo tudo bem; só pode.

As pessoas cruzam-se no intervalo dos seus afazeres.
Encontram-se momentaneamente,
Ainda perdidos nos seus problemas
E sorriem.

Aquele sorriso circunstancial,
Talvez um pouco prazenteiro,
Mas sempre distante.

Cumprimentam-se como manda a boa educação
E preocupam-se.

Essa preocupação sai instintivamente,
Chapando na nossa cara a prova de altruísmo e bondade.
E esperam a resposta.

Essa resposta tão desejada de ser real, verdadeira.
O momento do desabafo está ali; tão perto e tão longe.

Como se a frase mais simples fosse
O rastilho para uma resposta mais que complicada.
Como se o simples ponto de interrogação fosse
A chave para abrir o nosso coração.

A pergunta retórica sem resposta múltipla...
E a resposta.

Essa é adequada à pergunta e ao momento.
Tão singela quanto o momento,
Tão verdadeira quanto a pergunta.

E para eles fica a saciada a preocupação;
Ficam sossegados, tranquilos e sem dúvidas.
Como quem acabou de dar uma esmola a um mendigo
E acha que isso vai mudar o mundo...

E no final, nós ficamos mais uma vez sozinhos.
Encarcerados nas 4 paredes do nosso ser.
Apenas fica o eco da insatisfação do que acabou de acontecer...