É com todo o gosto que estendo o braço rendido.
Acto altruísta de quem quer oferecer;
Dar e receber num mutualismo de puro amor.
Aproximo-me sorrindo, e com humildade,
Entrego o meu coração que tenho nas mãos,
A outras que o querem receber.
Do outro lado, as mãos pálidas quase transparentes,
Parecem receber esta oferta dos Deuses;
Então o sorriso cresce,
O rubor aumenta
E o coração, esse bate cheio de vida.
Momento único esta passagem de testemunho.
Mas, sem razões que a razão conheça
Nem as emoções controlem,
O coração nada encontra do outro lado.
E na efémera dúvida… cai…
Precipita-se para o negro vazio,
Abandonado numa queda inevitável.
Embate naquele chão frio que é a realidade,
Parte-se com a dor do sentimento,
Estatela-se nas pedras da lamentação,
E perdido na noite obscura,
Prostrado na frustração
Tenta em vão arrastar-se para casa…
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