O Amor ao pormenor

O que faz uma pessoa ser AQUELA?

Vivemos num pequeno universo que nos rodeia,
Montanhas de gente,
Selva urbana de pessoas,
Emaranhado de conhecidos com quem nos cruzamos todos os dias,
Lugares comuns de família e amigos.
Milhares de hipóteses,
Centenas de escolhas,
Muitas análises...
...Mas só uma é a tal.

O que faz alguém entre iguais, ser diferente dos outros?
É perturbador pensar que podemos traçar a linha da nossa vida,
Tão perfeita como objectiva,
Tal e qual como a queremos.

Mas, num único momento:
Aquele olhar,
Aquele gesto súbito,
A Palavra na altura certa;

Tudo se desmorona com um prédio em ruínas.
Um prédio que, por já estar velho e ultrapassado,
É demolido com um único pensamento.

Como é isto possível?
Como é que a nossa mente se deixa apanha desta maneira?

Sim, a nossa mente.
É ela a culpada disto tudo a que se chama: Amor.

E tudo começa da forma mais simples.
Como? Assim:


“- Lembras-te dela?”
“- Quem? A de cabelinhos castanhos clarinhos?”
“- Não, a dos olhos azul marinho!”
“- A de narizinho arrebitado?
“- Sim, a de bochechinhas coradinhas!”
“- Há! O.K. A de carinha arredondada!”
...

De todo um cenário, a nossa mente retém o pormenor que nos é mais significante.

O consciente escolhe aquilo que mais gostamos.
O inconsciente retém aquilo que mais se identifica connosco.

Estranha combinação esta:
Dois pólos opostos com propósitos diferentes;
Duas forças distintas que geram um único pensamento.

É esta a dualidade que faz a nossa mente;
É esta imprevisibilidade que faz o mistério e a beleza do nosso pensamento.

É assim que, num emaranhado de pessoas, os dois pólos guardam pormenores diferentes de várias pessoas.

Mas,
Quando ambos guardam a mesma informação sobre a mesma pessoa; acontece:
Acontece a faísca que desperta um terramoto no nosso ser;
Aquela descarga hormonal que não entendemos.
As duas forças distintas unem-se na direcção de alguém.
Ficamos desorientados, acelerados, baralhados sem saber porquê...

... Mas no fundo sabemos...

É o Amor!!!

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