A agitação é visível,
O movimento constante.
O burburinho fazia antever o grande acontecimento.
Todos se preparavam para aquele momento,
Pois o tempo saltava vais depressa do que nós.
Todos se tinham vestido para a ocasião:
Os homens com os típicos fato-e-gravata,
As mulheres com os seus vestidos vistosos,
De ferir e encher os olhos.
O fervilhar aumentava bem como as coisas nas mãos;
Desde os copos aquelas coisinhas pretas tão típicas da época.
Todos olhavam para o relógio, impacientes;
Tentavam disfarçar, conversar, entreterem-se uns aos outros e a eles próprios,
Mas ninguém disfarçava a tensão.
É engraçado:
Todos nós temos relógios, telemóveis com horas, até o grande relógio na parede enche o olhar do mais distraído... mas,
A televisão tem de estar sempre ligada com alguém a fazer zaping á procura da melhor “Hora”.
Está então a chegar:
O silencio faz-se,
A tensão aumenta,
Com os copos e as “migalhas pretas” bem apertadas nas mãos,
Todos olham para o ecrã onde pesadamente cai o ponteiro dos segundos,
Uns inspiram, outros expiram;
Uns apontam as armas, outros afastam-se, outros ainda aproximam-se não querendo perder pitada.
Então começa o burburinho:
Primeiro muito baixo... depois vai aumentando... até que realmente se percebe:
10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... Zeeerooo!!!!
Todos saltam ao mesmo tempo!!!
Uns disparam as rolhas, outros as máquinas,
Uns apanham com o borbulhar do liquido, outros sorriem para as fotos....
E todos dizem mais afinados do que nunca:
“...Feliz ANO NOVO!!!...”
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