Mentir

“Olha, eu não minto …”
“Eu sou muito sincero(a) …”
“Eu digo sempre a verdade, doa a quem doer; até a mim.”

Pequenas frases que usamos para demonstrar a nossa honestidade.
É Publicidade subliminar para vender o nosso produto oral.
São garantias verbais usadas para certificar a veracidade do nosso discurso.


Mentir é o acto de tornar o que Não É,
Naquilo que só para nós próprios É.
Mas É, com tanta força, que fazemos desaparecer o Não de tal maneira,
Que o É torna-se a única coisa que é.
Para isso forjamos provas, criamos factos,
Exageramos nos adjectivos alternando sempre com boas interjeições.
Tudo para servir um único objectivo: o Nosso.
Mentimos para assegurar o nosso domínio, a nossa influência; enfim, o nosso poder.

Mas Mentir nem sempre é mau;
Mentir tem um lado positivo,
Tem algo de bom.

Sim, aquela Mentira que levanta o moral de quem não está bem;
Sim, aquela peta que, no meio da discussão, enaltece um bom amigo;
Dizer que sim a algo, para não ferir os sentimentos e dar crédito a quem precisa.

Eu cá sou a favor de mentir.
Mentir é bom, faz-nos sentir bem, liberta-nos.

Mentir para destruir um caminho errado não;
Mentir para ajudar a construir o caminho certo; isso sim.
Então escondemos a Verdade para mostrar pequenas mentiras,
Pequenos degraus para dar a entender o Verdadeiro caminho.

Mentir para ajudar não é mentir,
É encaminhar para a verdade.

Nesse sentido escrevemos direito por linhas tortas…

E todos mentimos; mesmo aqueles que dizem que NÃO.

É tão fácil verificar:
Basta num daqueles dias em que estamos em baixo;
Tristes, melancólicos, abatidos, com olheiras e desgrenhados;
Num desses dias em que tudo corre mal,
Basta numa conversa afirmarmos que não nos sentimos bem,
Descrever um cenário triste e;
Logo de seguida fazer uma simples pergunta:
“Tou mesmo a morrer, não estou?!!!”
Quero ver quem é que diz a verdade!!!

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