Um último cigarro















É as manchas nos dedos,
A tristeza do último cigarro,
E o isqueiro na outra mão,
Para ajudar na destruição.

O acto é penoso, mas necessário.

A breve chama incomoda os olhos aguados,
Cintila a brasa perdida na escuridão.

Como a vida:
O Ar arranha ao entrar,
E sonoro à saída
Ninguém o ouve.

São sussurros lentos,
Pensados a quente,
Abandonados a frio.

E como a vida:
Começa com uma faísca,
Termina com um apagão,
E um arremesso para a berma da estrada.

A Vida,
Essa continua,
Indiferente às palavras profundas,
Aos gestos marcantes,
E ao lixo nas ruas.

Sem comentários: