Conversa Automática


- Olá! Então? Tudo bem?
- Tudo! E contigo?
- Cá estamos…
- O.K. Abraço…
- Yá! Xau…


…Nem me apercebi da conversa. Foi tão rápida e impessoal quem nem tive tempo de reagir. A minha resposta foi tão instintiva quanto a pergunta. Queria perguntar muito mais; saber e dar a conhecer novidades. Mas a distância do momento impediu o arranque da conversa.
De facto, falamos tão naturalmente como respiramos; quase sem pensar. Estamos a pensar numa coisa e a falar doutra e, por vezes, não damos atenção a nenhuma.
Por isso mecanizamos a conversa; produto dum múltiplo desdobrar da nossa mente.
O resultado é fraco em todos os sentidos: nem pensamos o que queremos, nem dizemos o que realmente gostávamos.
Não somos uma máquina especializada no total multi-processamento; somos meros humanos com demasiadas coisas na cabeça. Umas mais importantes que as outras, mas todas ocupam a totalidade do nosso raciocínio; impedindo então uma conversa decente.
Falhamos não pela falta de educação ou de tempo; apenas pela falta de coordenação da nossa mente. Distraímo-nos com tanta coisa que, quando damos conta, já perdemos a oportunidade.
O que eu queria realmente dizer?... Bem; na realidade, o que estou a pensar é simples:


“- Tá tudo…”
“- …Fiquem bem!...”

3 comentários:

cândida disse...

Boas Pedro!
penso que realmente, esta "falha",se é que pode ser chamada assim, deve-se sobretudo à falta de tempo, provocada pela desorientação e pela agitação social e pesssoal em que vivemos.
mas ainda bem que as conversas continuam a ser importantes...para alguns.
bj

kika disse...

Olá! Cá vai o tão desejado comentário!!! Infelizmente também faço parte dessa conversa automática... não paro um bocadinho para pensar nem dou atenção aos amigos!
Obrigada por seres como és!
Bjs

m disse...

olha a minha mão e a do mano...lol