Uma mão na parede; apenas uma.
Um toque suave mas frio; um toque de esperança.
Esperança que, do outro lado, outra mão sinta o mesmo.
Ambos fitam a parede, mas não a vêem.
Olham-se mutuamente como se nada existisse no meio.
Sem parede, sem separação ou preconceitos; Apenas solidão.
É tradição um casal não se ver até ao dia do casamento; se
não dá azar.
Mas azar é o menor dos seus problemas; têm mais em que
pensar…
Os preparativos para a boda são esgotantes.
Os convidados imensos.
A família conflituosa.
E eles… Sem se poderem ver, apoiarem-se um no outro;
Ou simplesmente beijarem-se á vontade.
Tudo por causa de uma estúpida tradição.
A mesma que diz que, um casal não deve ter sexo antes do
casamento.
Coisa estúpida pois já vivem juntos há algum tempo.
Pouca gente sabe, muito menos as respectivas famílias.
Têm de casar para ter aprovação dos pais.
Têm de casar para poderem ter a sua própria família, tão
desejada.
A poucas horas do “Sim”; a pouco tempo de ficarem juntos
para sempre.
Apenas as mãos se tocam, separadas por uma barreira
temporal.
Ambos se procuram no padrão do papel.
Ambos pensão sincronizados:
“Espero que a barriga não se note!!!”…
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