Depois de um pequeno salto para a água o ter deixado
praticamente paralisado;
Depois de sair dos cuidados intensivos e passar para o
centro de reabilitação;
Depois do susto, do desespero e de toda a preocupação que
persiste;
Aqui ficam os textos que fui dolorosamente escrevendo ao
longo destas três semanas:
Corremos e corremos e corremos.
Ultrapassamos obstáculos e subimos à montanha mais alta.
Mas um dia vemos o mundo desabar perante os nossos olhos.
Ficámos petrificados sem poder fazer nada...
Na roda da vida, a vida mudou.
Com uma gota de água o mundo parou.
Uma enorme tempestade súbita o abalroou;
Prostrando-o no mero leito da fatalidade.
Pensa-se na dura e futura realidade;
Enquanto as nuvens se dissipam,
E se espera pela noite ou um possível amanhecer...
Quero correr desenfreadamente,
Saltar e pular indefinidamente.
Mas as pernas não têm movimento infelizmente.
Quero voar alto entre montanhas grandiosas e nuvens macias,
Ir lá em cima cumprimentar o Sol que me aquece.
Mas os braços estão tão estáticos que parecem só me
arrefecer.
Embora o meu corpo esteja imóvel,
Suspenso na dúvida da realidade.
A minha mente, essa é completamente livre,
Desprovida de correntes e preconceitos.
A minha mente pode fazer o que quiser.
E como se costuma dizer:
Uma mente sã puxa o corpo para a frente!
Força!!!
Passeando vai a Lua no seu leito,
Com os seus amigos do peito.
Saltando cai nas pedras da praia,
E nas ondas do mar se espalha.
De luz quente passa a difusa,
E sua mente forte fica confusa.
Na esplanada as pessoas mexidas,
Que passo a passo conquistam suas vidas,
Param para pensar assustadas e surpreendidas.
E suspiram que nasçam um novo e melhor Dia.
Nunca remei contra a maré;
Nado com a corrente,
Navego à bolina,
E entre ventos e ondas
Rumo ao meu bom porto.
Nunca trepei ao topo de uma montanha;
Dou pequenos passos dia a dia,
Desvio-me dos obstáculos,
Contorno o impossível,
E lentamente dirijo-me ao meu destino.
Não existe meta ou fim da linha,
Essa nem somos nós que determinarmos.
O que importa é mesmo o caminho,
As decisões que marcam o percurso,
Desde o milagre da vida ao descanso da morte.
1 comentário:
Gostei Pedro Guedes
Dá pra sentir a vida pulsando
O ordinario se transfigurando
o que farão os poetas?
para onde josé?
para onde?
sigamos então!
Até Alan
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